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Sindicato dos Metalúrgicos convoca assembleia na sexta

Ainda na semana que vem o diretor financeiro afirma que prestará contas de 2023 | Foto: Divulgação

Por Ana Luiza Rossi

Em edital publicado nesta terça-feira (30), o atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Edimar Miguel, convocará uma assembleia geral nesta sexta-feira, dia 03. Os associados irão deliberar sobre a decisão de revogar o "remanejamento" de cargos realizados e também a dedicação exclusiva de Edimar para ficar no sindicato.

O último remanejamento de cargos foi realizado em fevereiro após em uma reunião da diretoria administrativa, chamada de 'G5', composta pelos diretores Odair Mariano, Maurício Netto, José Marcos da Silva, Leandro Vaz e Alex Clemente. Na época, o grupo alegou improbidade administrativa.

Agora, Edimar solicita a votação para revogar definitivamente a decisão da diretoria e manter os cargos eleitos no último pleito, no qual ocupa o cargo de presidente. Ainda, pede a sua liberação para que se dedique exclusivamente ao sindicato, já que ainda trabalha em turnos na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). As votações acontecerão de 06h às 17h30, na praça Juarez Antunes da Vila Santa Cecília, em Volta Redonda.

Prestação de contas

Em paralelo com o pedido de assembleia, o diretor de finanças Alex Clemente, que faz parte do G5, elaborou na segunda-feira (29) um ofício para apresentar uma prestação de contas da entidade no exercício de 2023 em reunião com a executiva.

No documento, Alex afirma que serão comprovadas todas as regularidades e em sequência irá convocar um conselho fiscal quando a data da apresentação for formalizada e ainda, se defende. "Considerando que fui vítima de calúnia e difamação, e levianamente exposto publicamente de forma irresponsável, com questionamentos e mentiras sobre a movimentação financeira dessa entidade, [...] ressalto minha disposição em recorrer à esfera judicial", afirmou.

Racha no sindicato

A crise na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, ao que tudo indica, teria iniciado após a divulgação de saques nas contas bancárias da entidade. Na época, segundo boletim do sindicato, foram cerca de 142 saques em espécie que totalizam cifras superiores a R$ 670 mil, retirados diretamente do banco. Os valores variam entre R$ 500,00 e vão até R$ 40 mil, questionados por Edimar.

No entanto, os sindicalistas de oposição acusam Edimar de conduta irregular, como contratação de familiares, estímulo a oposição à taxa negocial e outros itens, que foram esclarecidos em uma coletiva com a imprensa ainda em fevereiro, no mesmo dia em que o G5 o destituiu da presidência.

O caso chegou até mesmo a parar na justiça. Ainda este mês, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou a volta de Edimar à presidência, anulando a decisão da 3ª Vara do Trabalho de Volta Redonda, que indeferiu o recurso do sindicalista e anulou duas assembleias convocadas por ele.

Em nota enviada ao Correio Sul Fuminense, o diretor jurídico Leandro Vaz afirmou que a decisão judicial que deferiu o retorno de Edimar é precária e não havia julgado o mérito. Para isso, o G5 havia depositado forças na audiência que aconteceria na última quinta (25), que no entanto, foi remarcada. "O G5 está confiante e acredita na justiça. Até lá tudo será esclarecido. Importante nesse momento é continuarmos avançando nos acordos coletivos", disse.